Diretamente do Instituto Adolfo Lutz, do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP, uma equipe de pesquisadoras brasileiras, liderada por Ester Sabino e Jaqueline Góes de Jesus, conquistaram a proeza do sequenciamento do novo coronavírus em apenas dois dias após a sua chegada. A Itália, um dos expoentes da pandemia, ainda não havia concluído esta atividade de tão exorbitante importância para o conhecimento do inédito vírus. O país europeu apenas tinha concluído o isolamento do mesmo. Essa nova descoberta possibilitará uma gama de ações, tais quais o seu período de incubação, suas características próprias e, finalmente, as pesquisas de criação de uma vacina.
A Universidade de São Paulo (USP) abriga o primeiro sequenciador de genoma do Brasil. Até os primeiros alertas da chegada da pandemia em território nacional, Ester conta que a equipe estava estudando, através desse inestimável aparato, o vírus da dengue, praticamente arcaico no país, assim como a viabilidade do desenvolvimento de testes de vacinas para o mesmo, assim como evolução de seu tratamento. Por já estarem com "a mão na massa", revela que sequenciar o mais recente fora, de certo modo, facilitado.
Essa notícia possui valor imprescindível quanto à valorização das pesquisas universitárias, assim como na participação feminina no campo científico. Dados da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) mostram que apenas 28% dos pesquisadores através do mundo são mulheres.
Outrossim, as pesquisadores defendem a pausa nas atividades de mobilidade, levando a uma quarentena preventiva, visando, assim, o achatamento da curva de contágio. Essas instruções estão sendo dadas também pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo Jaqueline Góes, para cada um morto, existem 1000 infectados. O sistema de saúde brasileiro é conhecido por ser precário, fato decorrente das medidas neoliberais existentes que valorizam instituições privadas. Portanto, tudo deve ser realizado para tornar o tratamento daqueles que contraíram a doença o mais eficaz possível, não sobrecarregando hospitais desnecessariamente, quando isso poderia ter sido previamente evitado.
A igualdade de gênero não é apenas um direito humano fundamental, mas a base necessária para a construção de um mundo pacífico, próspero e sustentável. O esforço de alcance do ODS 5 é transversal à toda Agenda 2030 e reflete a crescente evidência de que a igualdade de gênero tem efeitos multiplicadores no desenvolvimento sustentável.
Muitos avanços em termos de assegurar melhores condições de vida a mulheres e meninas são um importante legado dos ODM. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável visam intensificar estas realizações, não apenas nas áreas de saúde, educação e trabalho, mas especialmente no combate às discriminações e violências baseadas no gênero e na promoção do empoderamento de mulheres e meninas para que possam atuar enfaticamente na promoção do desenvolvimento sustentável, por meio da participação na política, na economia, e em diversas áreas de tomada de decisão.
O desenvolvimento sustentável não será alcançado se as barreiras tangíveis e intangíveis que impedem o pleno desenvolvimento e exercício das capacidades de metade da população não forem eliminadas.